"Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa."
Read More
As vezes eu chego a achar
que eu só existo porque tenho algo a dizer. Um mundo sem o "dizer"
seria um simples vago no vão. Sem tirar e nem por. As palavras são mais do que
fonte de vida, são os sentimentos e os sentidos refletidos. Por pra fora, pra
mim, é literalmente por em palavras, me expor e me compor. De dentro pra fora e
de fora pra dentro. Pois, pelo o que me consta, a palavra escrita é a nossa
maior conquista. O ser pode por vários jeitos, estável ou apenas por um
momento. Quando eu escrevo libero o melhor de mim, sem aquelas ironias e stress
que o mundo provoca e que eu gero sem perceber. Sem aquelas cobranças e
qualquer outro sentimento que não deixe paz. E eu queria conseguir me tornar
estável e imutável nesse momento de perda - perda de peso, de indignação -
mesmo que mudar signifique amadurecer e crescer. No final das contas, eu queria ser sempre assim,
leve. Leve que nem pena. Pena que o vento leva pra onde quer, pra mostrar e
dizer o que bem entender. E eu não estou falando por conta dos meus quilos a
mais, que ganhei naquele brigadeiro de panela que eu comi quente mesmo. To
falando de ser mutável, compatível a todas as resistências e potencias. Imune a
quase todas as ofensas. "Camuflável"
que nem camaleão. Ah! Mas se eu fosse um camaleão eu só iria querer estampar as
cores bonitas da vida. As feias a gente embrulha e recicla. Porque de tudo
temos que tirar algum proveito nessa vida, senão Deus não dava um jeito de as
por no nosso caminho.